Não há para mim bem mais sagrado que o ser humano possa viver com dignidade. Que o seu suor, seu lavor diário sejam revertidos em condições de vida que lhe respeitem a integridade, a humanidade.
Terão meu respeito os dirigentes que no exercício de suas funções compreenderem essa necessidade. Realizarem-na em profundidade e em extensão. Apenas essa presidência receberá meu coração. Se, entretanto, tendo às mãos essa hercúlea missão, o governante não realiza-la, por esbaldar-se em qualquer forma de egolatria, terá minha repulsa.
As ideologias não me guiam. Meu guia é a minha intuição -, se há no que quer que seja verdade, amor à vida e ao humano . Belos discursos podem não conter a verdade que professam.
Palavras -, ocas de alma.
Saio disso tudo pensando em tentar ler com afinco Santo Agostinho. Leitura hermética, mas essencial para quem se interessa pela questão inexorável da verdade. Afinal, como sabe- la? Como reconhece-la ( a verdade) sob os escombros de tantas cenas, de tantas palavras, de tantas e tantas verdades?
(escrito em 28 de outubro de 2018, por ocasião da conclusão das eleições presidências no Brasil)