Há muitas borboletas flanando na biblioteca.
Cada qual reluz de uma metamorfose própria.
Quando tecidos emocionais esgarçados são cerzidos numa leitura surgem tímidas lagartas.
Percebo que algo denso em graça e cor se ambienta por aqui.
Asas lilases, azuis, róseas.
Decidi assim registrar-lhes o nascimento.
Mais atenta,
quando estou lendo e percebo que uma frase,
um poema,
um entendimento foi ao fundo
e me leu,
comemoro, e desenho na margem régia um coração com asas.
Os livros tornam-se meus. Biográficos.
Todos contém desenhos dos momentos em que foram concebidas as borboletas.
Fotos: Cristiam Ramos/Facebook